
Combater pelo socialismo, combater para eleger Dilma Presidente
O congresso nacional do PT decidiu a candidatura de Dilma e um programa de alianças incluindo a maior parte da burguesia e de seus partidos. Frente a esta situação, como se posicionam os marxistas. Um primeiro balanço do congresso assinado por nosso camarada Serge Goulart, membro da DN-PT e publicado em nossa página web (WWW.marxismo.org.br) explica:
A tarefa dos marxistas agora é combater pela vitória do PT contra a direita elegendo Dilma, que sendo a única candidata existente foi aprovada por unanimidade do Congresso. Para os marxistas não é, de maneira alguma, indiferente que ganhe o PT ou o PSDB, evidentemente. Mesmo que o programa de Dilma não reflita os interesses imediatos e históricos do proletariado nem abra caminho para o socialismo, uma vitória da direita teria um tremendo impacto negativo em todas as lutas de classe no Brasil e na América Latina.
Uma vitória de Serra seria sentida como uma derrota para a classe trabalhadora no Brasil e internacionalmente. Isso tornaria muito mais difícil a situação aqui e na Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia, etc. Isso é claro.
Com uma vitória de Dilma, ou seja, do PT, os marxistas ficam em melhores condições de continuar a batalha no interior do movimento operário pelo programa correto, por nossas idéias e pelo verdadeiro marxismo. O que inclui a continuidade da luta pela ruptura do PT com a colaboração de classe com a burguesia e a retomada da luta pelo socialismo.
Só sectários sem perspectiva e incapazes de compreender a luta de classes do operariado poderiam acreditar que uma derrota do PT nas eleições poderia ajudar a esclarecer os erros da política da direção para uma parcela de militantes. O resultado geral de uma derrota seria um impacto muito negativo na consciência da massa de trabalhadores e provocaria muito desânimo e confusão. Esse clima geral terminaria por pressionar negativamente o conjunto do movimento operário, e de uma maneira ou outra, todos os militantes operários seriam atingidos negativamente.
A construção de uma organização revolucionária de massas necessita de lutas, de combates e de vitórias. As derrotas da classe raramente podem produzir algo de bom na luta pelo socialismo.
Sobre a possibilidade de ganhar as eleições: É possível ganhar, mas não será fácil. Tudo vai depender do grau de maturidade que atingiu a consciência de classe do proletariado brasileiro e sua capacidade de enfrentar e superar a confusão provocada pela política da direção.
Apesar da popularidade de Lula e do PT, Dilma não representa o PT e sua história para a base do partido, e seu discurso pode tornar vastos setores das massas muito apáticos, colocando em risco sério o terceiro mandato. Isso pode por outro lado obrigar a um giro à esquerda na campanha para poder vencer. Veremos. Agora é combater. Neste ano nossa prioridade é fazer a campanha do PT, eleger Dilma e os candidatos do PT.
Sim, a tarefa de todos os petistas é eleger Dilma Presidente, apesar do seu programa e das alianças que o PT aprovou. Mas, é obrigatório repetir em nosso estado estas alianças e este programa? Acreditamos que não. Afinal de contas, é obrigatório apoiar Sergio Cabral e sua política de “segurança” que é o confronto com a população pobre dos bairros populares? É obrigatório o PT apoiar Eduardo Campos em PE? É obrigatório aliar-se a Maluf em SP, a tolerar Paulo Skaf do PSB na chapa?
Acreditamos que não. Acreditamos que o PT pode e deve ter uma política independente nos estados, que deve procurar o seu próprio caminho, sem se subordinar a estes senhores. Afinal, se o PMDB pode ter o candidato que quiser em nome da “aliança” nacional, por exemplo, tentando derrubar o governador da Bahia do PT que tenta a reeleição, porque temos que ficar subordinados a qualquer destas alianças?
Damos total apoio às candidaturas de Ideli governadora e Vignatti senador. Porém, consideramos um erro a posição da companheira Ideli em apresentar o nome de Udo Dohller (PR) para ser o seu vice-governador. Dohller é um burguês muito conhecido em Joinville devido a um escândalo ocorrido nos anos 90, quando determinou que as pernas de suas operárias fossem presas as máquinas, para impedi-las de correr e de ir ao banheiro. Naquele momento Ideli combateu o algoz das operárias e agora lhe defende para ser seu vice? Esta posição é de uma contradição inaceitável. Como empolgar a militância e a classe trabalhadora para a campanha com um nome desses? Além disto, devemos ter um segundo nome para senador. Ou vamos apoiar mais um candidato de um partido burguês?
Pelo contrário, a campanha do PT nos estados deve ser a mais a esquerda possível, propondo a reestatização de cias elétricas e bancos estaduais que foram privatizados, propondo a reestatização de rodovias que foram privatizadas, propondo-se a ser um ponto de apoio para a luta dos trabalhadores que querem a Petrobras 100% estatal, que querem que a Vale seja reestatizada. Um governo do PT deve se propor a estadualizar toda a rede de escolas de primeiro e segundo grau, pagando o piso salarial aos professores. Deve se propor a estadualizar todos os hospitais e centros de saúde que foram municipalizados e estão caindo aos pedaços. Este é o programa que pode empolgar os trabalhadores e leva-los ao combate. Um programa capaz de empolgar e ver crescer a militância, de ver os trabalhadores voltarem ao combate por suas propostas e seus direitos, por ter uma esperança e um sonho, de expropriarem os capitalistas e construírem o socialismo.
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